sexta-feira, fevereiro 13, 2009

O amargo do céu

Estes olhos que agora olhas não são olhos de doçura,
Não são olhos de compaixão, muito menos de piedade.
São olhos cansados de se sentir insegura, são olhos de raiva e pura candura.
Olhos que estão cansados de chorar, cansados de te perseguir à noite
Em sonhos que me alucinam e que nunca terminam.

O que fazer para que estes olhos vejam novamente a tua luz?
Luz que me alenta, luz que me instiga que me fascina e me faz respirar.
Porque sem ela meu coração não bate mais, ele apenas diz que ainda está vivo.
Que ainda faz meu sangue em mim circular,
Mas que preferiria parar para não vê-los mais chorar.

O céu que agora vejo não é mais azul nem anil
É vermelho, cor de carne, da cor do meu peito aberto e dilacerado.
Cheio de água, que amarga que aperta que arde.
Que chora com a chuva e devolve pra terra seu gosto desenxabido.

E eu sei que ela não vai gostar quando vir o que por ela escrevi
Que usei seu nome para dizer que você me faz falta,
Que sem você seus olhos já não brilham, que perderam a luz que os alegrava.
Mas que estão descobrindo uma forma de viver sem você.